Episódio 1: Resolução
Aí um dia eu fiz uma resolução: vou arranjar um namorado sério até o fim do ano.
Isso é um bom jeito de começar uma série? Talvez não. Mas foi assim que aconteceu. Ou quase.
Um dia ele me deixou. Não me ligou mais, não me atendeu mais, mudou-se para um planeta onde não há espaço para mim. Percebi, depois de algum tempo, que ele não me deixou um dia, ele sumiu um dia e eu sofri por muitos outros.
Em uma tal segunda-feira, com minhas amigas e Sex and the City do dvd, Charlotte bebeu demais e resolveu arranjar um marido até o fim do ano. Por mais que aquilo tivesse algo de cômico, surreal ou simplesmente, ficcional, acabou fazendo brilhar no meu olho uma lucidez insana e algumas peças se encaixaram naquele momento. Encaixaram-se e ficaram lá, por alguns dias.
No dia 20 de julho, Dia do Amigo, joguei minhas peças - encaixadas - na conversa com minha amiga Julie.
Segundo ela, foi uma resolução de Dia do Amigo. Faz sentido. Costumamos fazer resoluções de fim de ano e de aniversário porque são datas que marcam inícios de novos ciclos. De alguma forma, o Dia do Amigo deste ano representou um recomeço, já que minhas amigas têm se desdobrado para me ajudar nessa fase tão difícil. Preciso ser uma amiga mais feliz para elas.
A felicidade não está em se seguir um padrão coletivo e sim o seu próprio. O meu padrão é "namorada perfeita", ou pelo menos é este o vigente. Não que eu seja ou esteja perfeita, mas a minha vocação é para ser namorada.
Não é muito fácil aceitar essa condição, que parece (ou talvez até seja) tão mulherzinha. Porém acredito ser muito pior tentar viver como uma Samantha quando se é uma Charlotte.
Fui dormir pensando na resolução, que requer mais objetividade e infinitamente menos subjetividade. O resultado no dia seguinte não podia ser outro além de uma enorme vontade de ligar para o ex. Liguei para a Julie ao invés disso.
- Se quebrar a cabeça dele fosse te fazer melhor, a gente faria isso pra você - ela disse.
Ouvir isso me fez reconsiderar a resolução e me esforçar ao máximo para voltar aos trilhos.
Passei o dia pensando nele. Sai de casa e esperei encontrá-lo quando chegasse de volta, o que obviamente não aconteceu. Lembrei das nossas coisas boas, lembrei das ruins. Imaginei o bom futuro que poderíamos ter, a vida que teríamos juntos e, no final, percebi que futuro do pretérito não é tempo verbal que mais me agrada.
A resolução - for the record - é, objetivamente, alcançar o objetivo. Cortando, da mesma forma que fiz no texto, qualquer divagação filosófica sobre qualquer coisa.
Isso é um bom jeito de começar uma série? Talvez não. Mas foi assim que aconteceu. Ou quase.
Um dia ele me deixou. Não me ligou mais, não me atendeu mais, mudou-se para um planeta onde não há espaço para mim. Percebi, depois de algum tempo, que ele não me deixou um dia, ele sumiu um dia e eu sofri por muitos outros.
Em uma tal segunda-feira, com minhas amigas e Sex and the City do dvd, Charlotte bebeu demais e resolveu arranjar um marido até o fim do ano. Por mais que aquilo tivesse algo de cômico, surreal ou simplesmente, ficcional, acabou fazendo brilhar no meu olho uma lucidez insana e algumas peças se encaixaram naquele momento. Encaixaram-se e ficaram lá, por alguns dias.
No dia 20 de julho, Dia do Amigo, joguei minhas peças - encaixadas - na conversa com minha amiga Julie.
Segundo ela, foi uma resolução de Dia do Amigo. Faz sentido. Costumamos fazer resoluções de fim de ano e de aniversário porque são datas que marcam inícios de novos ciclos. De alguma forma, o Dia do Amigo deste ano representou um recomeço, já que minhas amigas têm se desdobrado para me ajudar nessa fase tão difícil. Preciso ser uma amiga mais feliz para elas.
A felicidade não está em se seguir um padrão coletivo e sim o seu próprio. O meu padrão é "namorada perfeita", ou pelo menos é este o vigente. Não que eu seja ou esteja perfeita, mas a minha vocação é para ser namorada.
Não é muito fácil aceitar essa condição, que parece (ou talvez até seja) tão mulherzinha. Porém acredito ser muito pior tentar viver como uma Samantha quando se é uma Charlotte.
Fui dormir pensando na resolução, que requer mais objetividade e infinitamente menos subjetividade. O resultado no dia seguinte não podia ser outro além de uma enorme vontade de ligar para o ex. Liguei para a Julie ao invés disso.
- Se quebrar a cabeça dele fosse te fazer melhor, a gente faria isso pra você - ela disse.
Ouvir isso me fez reconsiderar a resolução e me esforçar ao máximo para voltar aos trilhos.
Passei o dia pensando nele. Sai de casa e esperei encontrá-lo quando chegasse de volta, o que obviamente não aconteceu. Lembrei das nossas coisas boas, lembrei das ruins. Imaginei o bom futuro que poderíamos ter, a vida que teríamos juntos e, no final, percebi que futuro do pretérito não é tempo verbal que mais me agrada.
A resolução - for the record - é, objetivamente, alcançar o objetivo. Cortando, da mesma forma que fiz no texto, qualquer divagação filosófica sobre qualquer coisa.

2 Comments:
ainda bem que você não aceitou minha proposta pra quebrar a cabeça dele, pq cabeça dura daquele jeito, ia dar trabalho...
Gostei da sua resolução. Já tava mais do que na hora. Boa sorte na sua caminhada :D.
E Julie, eu não vejo nenhum trabalho em quebrar a cabeça dele. Seria um prazer enorme.
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