Episódio 3: The turning point
Não sei se acontece com todo mundo - talvez só seja assim na vida de uma personagem, estudante de Letras, que escreve uns "episódios" - mas o que muda as coisas de fato, são umas poucas palavras. A escritora Beverly D'onofrio diria:
Era aula de Estudos Clássicos. Foi lido um poema do Horácio que termina com uma frase bem conhecida: Carpe diem: quam minimum credula postero. Talvez seja exatamente a exarcebada crença no futuro que nos atenha tanto ao passado. Naquele momento, uma faísca de lucidez equacionou essa relação passado-futuro e decidiu consumir a frase do Horácio. O ponto de mudança aconteceu, mesmo tendo sido usado como matéria um verso que remeta a tantos fatos passados. Dessa vez o colhe o dia não foi o principal e, sim, o creia menos no futuro.
Aí veio o turning do turning: o que era para significar "crer menos no futuro", traduziu-se como "algo de muito bom está para acontecer".
Por alguma razão desconhecida - e são essas, as melhores - formou-se uma intuição de que um grande presente está para chegar. A expectativa é inerente ao ser humano. E nos move.
Mas não era precisamente essa expectação que tornava difícil o rompimento com o passado?
O que a torna vital ou letal é simplesmente a projeção do que esperamos. A minha projeção agora é que se fizer sol, eu ficarei feliz em usar roupas leves. Se chover, eu vou gostar de ouvir o som dos pingos no meu guarda-chuva.
"A day can make your life, a day can ruin your life. All your life is four or five big days that change everything".Eu trocaria day(s) por word(s) e as palavras do último turning point vieram em latim.
Era aula de Estudos Clássicos. Foi lido um poema do Horácio que termina com uma frase bem conhecida: Carpe diem: quam minimum credula postero. Talvez seja exatamente a exarcebada crença no futuro que nos atenha tanto ao passado. Naquele momento, uma faísca de lucidez equacionou essa relação passado-futuro e decidiu consumir a frase do Horácio. O ponto de mudança aconteceu, mesmo tendo sido usado como matéria um verso que remeta a tantos fatos passados. Dessa vez o colhe o dia não foi o principal e, sim, o creia menos no futuro.
Aí veio o turning do turning: o que era para significar "crer menos no futuro", traduziu-se como "algo de muito bom está para acontecer".
Por alguma razão desconhecida - e são essas, as melhores - formou-se uma intuição de que um grande presente está para chegar. A expectativa é inerente ao ser humano. E nos move.
Mas não era precisamente essa expectação que tornava difícil o rompimento com o passado?
O que a torna vital ou letal é simplesmente a projeção do que esperamos. A minha projeção agora é que se fizer sol, eu ficarei feliz em usar roupas leves. Se chover, eu vou gostar de ouvir o som dos pingos no meu guarda-chuva.
